segunda-feira, 25 de maio de 2020

Quando se reinventar já faz parte da vida

Para Nelson Telles o dia começa de madrugada, pelas quatro horas da manhã. Natural de Santa Maria, já está em São Francisco de Paula há sete anos. Inaugurou sua Casa de Carnes Nelson Telles no dia 17 de abril deste ano, em plena pandemia do Covid 19. Seria louco ele? Não. A atitude do Nelson nos mostra um homem que acredita no seu talento. Com seu balcão de carnes sempre montado às nove horas da manhã para venda, Nelson é cuidadoso com seu trabalho. Ele viu a necessidade de São Chico ter uma casa de carnes com qualidade e cortes selecionados. "Nosso consumidor assiste programas de gastronomia, lê livros específicos nesta área, nossa clientela está mais refinada e estamos preparados para atendê-los", fala Nelson. Seu pai sempre trabalhou com carne, no sistema tradicional. Nelson então "pegou gosto pelo negócio" e quis seguir a tradição da família, mas com inovação, acompanhando as tendências gastronômicas. Com quase 30 anos de experiência, ele continua querendo se aprimorar. "Porque é preciso estudar e se especializar sempre, mesmo na área de cortes de carnes", complementa Nelson.

Nelson com a família e a arquiteta Daiani Medeiros, responsável pelo projeto arquitetônico

Inaugurar em plena pandemia podia não parecer o melhor momento, mas não se podia voltar atrás. Nelson e a família, que trabalha junto (mais o auxiliar Lucas), decidiram apostar no que acreditavam: atender as preferências do cliente. Adriana, a esposa, cuida do planejamento e do financeiro. Kimberly, a filha, faz faculdade e já está no mercado de trabalho. Nas horas livres ainda ajuda a família na Casa de Carnes. Este trabalho conjunto é a fórmula para o sucesso. "Aumentamos os deliverys, o cliente quer o produto bem acabado, com corte especial, separado em porções para congelar. Escutamos suas preferências e realizamos cada uma delas. Trabalhamos com a encomenda que o cliente deseja", conta o empresário. E a cada chegada de cliente, o pequeno e eficiente Gabriel, filho de 4 anos, sinaliza aos pais que é hora de vender bem!


Investir em redes sociais também foi  mais uma opção. Além da venda no balcão, a tecnologia ampliou a oferta dos seus produtos, que podem ser encomendados via Whatsapp, Facebook e Instagram. As carnes são o carro chefe do negócio, porém queijos, embutidos, geléias gourmet, vinhos e temperos também acompanham as vendas.


A rotina de trabalho diária inicia de madrugada. Receber mercadoria, preparar a carne para quando a Casa abrir às nove horas, montar o balcão de carnes sem desperdícios. Uma rotina com muitos detalhes para que os clientes possam receber tudo com qualidade, inclusive consultoria do Nelson sobre o uso de cada tipo de carne nas refeições.


Nelson almeja trabalhar com carne originária dos Campos de Cima de Serra. Já está integrando um projeto de melhoramento de rebanhos, que logo dará resultados. Atualmente trabalha com um frigorífico de Santa Cruz do Sul, com carne originária da fronteira do Estado, raças britânicas (animais criados em pasto e confinamento).



Nelson sabe que os negócios estão se reinventando e que os planejamentos empresariais precisam ser revistos semanalmente. Neste momento sua fórmula está dando certo: ouvir o cliente e oferecer produto de qualidade. Com o apoio da família, Nelson está sendo aquele empresário que enfrenta as dificuldades com esperança em tempos melhores.


Endereço: Rua Assis Brasil, nº 120, sala 1 - prédio Bertussi  Whatsapp (54) 99704-9203 - São Francisco de Paula

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Quando a máscara revela quem somos

Quando a pessoa é fingida, o comentário é "que ela usa máscara". A máscara escondeu rostos em bailes de carnavais. Virou sinônimo de "escondido, simulado". Até o ano de 2020, quando usar máscara se tornou sinal de consideração ao outro e prática de prevenção, em tempos de Covid 19. Está em vigor um decreto estadual tornando obrigatório o uso de máscara no Rio Grande do Sul. Ou seja, não tem mais para onde fugir: o negócio é se mascarar!

São Francisco de Paula usa máscara (foto retirada da página da Paróquia de São Francisco de Paula)

Costureiras, artesãs, pessoas preocupadas com a saúde pública colocaram a mão nas máquinas de costura e produziram dezenas, centenas, milhares de máscaras para a comunidade. Neste caso, a comunidade serrana do município de São Francisco de Paula (onde moro). A Associação do bairro São Miguel, além de fazer máscaras para os seus moradores, confeccionou proteção para os monumentos da cidade: o santo padroeiro, o negrinho do pastoreio e o tropeiro. A iniciativa partiu do artista Edmilson Duarte, que se juntou com a associação de bairro, a Paróquia da cidade, a Prefeitura Municipal e a empresa InstalSerra. "Colocar máscara nos monumentos é um ato simbólico da importância de nos protegermos. Juntamos nossas forças: a arte, a comunidade, iniciativa privada, a igreja e o poder público, para sensibilizarmos a população de que podemos e devemos nos proteger", afirma Edmilson Duarte.


Edmilson e o Negrinho do Pastoreio

Quando as forças se unem pelo bem comum da sociedade

Em tempos incertos para planejarmos futuro, o que nos cabe é buscar valorizar ações que protejam as pessoas. Estamos falando do uso correto de máscaras, do isolamento social e da disseminação de informações corretas. Será este triângulo de ações que salvará muitas vidas. Por mais máscaras de proteção nestes dias.

#jornalistanaquarentena

Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...