quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Máscara que protege e distribui solidariedade

Ana Maria é íntima do ambiente das costuras. Em seus pensamentos ela jamais imaginaria que o seu ateliê de costura, situado em São Francisco de Paula, iria virar uma linha de produção de máscaras de tecido. Ana Maria Naviliat (o sorriso do lado direito desta primeira foto) é costureira desde os sete anos de idade. Ela ajudava a mãe nas costuras, principalmente  nos alinhavos. O ambiente de tecidos, tesouras, agulhas e linhas sempre fez parte da sua vida. Nesta linha viajou pelo Brasil e teve confecções. Morou em Minas Gerais, Santa Catarina. Veio de muda para São Chico e montou seu ateliê numa cabana de madeira linda. Plantou árvores no pátio e aqui produz beleza com tecido.

Ana (blusa cinza), a irmã Marilena  (blusa verde) e o sobrinho Diego


Ingressou em 2019 no grupo das artesãs de São Chico. Aprendeu várias técnicas artísticas, mas a paixão continua sendo a costura. Principalmente a costura de bolsas. Quando a pandemia iniciou em março, uma amiga, moradora em Viamão, ligou para ela e perguntou se ela poderia fazer máscaras de pano. Teria que usar máscara o dia inteiro. "O senso comum diz que usar uma máscara protege você contra quaisquer partículas ou patógenos transportados pelo ar".  Ana sabia que fazer aquelas costuras era proteção. Fez um lote de máscaras e mandou para a amiga.  



A irmã Marilena veio para ajudá-la no início do isolamento social, em março. Ela anotava o número de máscaras doadas. Passaram a vender algumas para poder comprar o material (tecido, linha e elástico). Assim poderiam continuar as doações. Até onde conseguiram contar chegaram ao número de 900 máscaras. Quase 600 unidades, desta produção, foram para doação.


Esta nova rotina no ateliê da Ana deixa ela muito feliz. Faz o que gosta e ainda ajuda quem precisa. "Poder ajudar no meio desta pandemia é gratificante", completa a costureira de proteção. Ainda neste momento tão incomum ganhou de presente um neto.





Ana nunca usou máscara em bailes de carnaval. E sair à rua usando máscaras também não estava nos seus planos de vida. Mas, todos os dias, ela se coloca em frente à máquina de costura e planeja novos modelos. Mais confortáveis, mais bonitos.  "Máscara é segurança nos dias atuais. Como não me dedicar? É a minha maneira de ajudar a proteger as pessoas", finaliza a costureira Ana.




2 comentários:

  1. Minha vizinha, tão querida, pode ser descrita com as palavras simpatia e empatia.
    De voz forte e de muita personalidade, Ana imprime essas qualidades nas belíssimas peças que produz.
    Vale a pena conhecer essa pessoa iluminada e seu belo trabalho, bem de perto!

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  2. As máscaras são maravilhosas.
    Estas tem me ajudado muito e tenho presenteado para toda família com as máscaras da Ana Maria.Seu atelier mostra o carinho e a competência com suas maquinas e tecidos maravilhosos que nos encantam sem saber o que escolher.

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