sexta-feira, 10 de junho de 2022

Montanhas russas me causam vertigem. Fui uma adolescente medrosa, sou uma adulta cagada com este tipo de diversão. Sempre fugi dos parques. Tenho percebido que os dias de 2022 têm sido uma montanha russa, quase sem freio. Vamos do 8 ao 80 nas emoções. A vida financeira derrapa da prosperidade para o "quase nada". Nas relações beiramos o "tanto faz" ao "vou me entregar". No clima iniciamos o dia com uma cerração que tudo esconde. Fechamos o dia com um frio de chorar baixinho. No meio de tudo isto é preciso ser gentil, eficiente, elegante, sincera e compreensiva. O rolo compressor e a cobrança nos atropelam por metros, mas continuamos com o sorriso no rosto. Parecemos desenho animado antigo, quando os personagens eram atropelados, massacrados, mas ao recolher aquela massa comprimida se enxergava a boa expressão do personagem. A ficção tenta competir com a realidade, porém os fatos reais estão sendo tão absurdos que muitas vezes penso em rever a literatura que produzo. Passa-se fome em 2022. Fome de comida, fome de amor, fome de abraço, fome de ser visto pelo outro como uma pessoa que também sente. Acompanho os movimentos astrológicos e eles dizem que um novo viver está se fazendo. E para o novo se fazer, talvez seja necessário esquecer tudo que já se sabe. Amanhã é sábado e espero que o parque de diversão esteja fechado. A sexta feira valeu por todo o final de semana.

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