terça-feira, 5 de junho de 2018

A Princesa e a Ervilha


Na última segunda tive companhia no turno da manhã, aqui na biblioteca: Maria Rita e Vitinho. Enquanto eu lia A Princesa e a Ervilha, eles liam e desenhavam. Quer ambiente melhor para uma criança, que a biblioteca?


A Princesa e a Ervilha é um dos primeiros contos do dinamarquês Hans Christian Andersen, e foi publicado em 1835. Nos faz pensar sobre quantas princesas existem no mundo atual, como estas princesas são descritas. Confesso minha ignorância, de que tomei conhecimento desta história uns quatro anos atrás, quando eu costurava bonecas de pano Tilda. Encontrei um molde da princesa e seus muitos colchões sobre uma ervilha/miçanga verde. Como era quase aniversário da Maria Rita , minha filhota, prontamente fiz a boneca, os colchões/almofadas e li a história. A boneca me despertou mais atenção que a própria história!!!
HISTÓRIA
Relata a história de um príncipe que desejava casar com uma princesa de verdade, mas ele estava tendo dificuldade em encontrá-la. Em certa noite de muita tempestade, bateu à porta do castelo uma moça, dizendo-se uma verdadeira princesa. Porém, devido às condições do tempo, ela estava em péssimas condições, toda molhada e com água escorrendo pelos cabelos. Para testar se a moça falava a verdade, a rainha a convidou para dormir no castelo. Antes porém, colocou uma ervilha na cama em que a moça iria dormir e, por cima, vários colchões e cobertas.
No dia seguinte, ao perguntar à moça como ela tinha passado a noite, recebeu como resposta que a noite tinha sido péssima, porque alguma coisa a havia machucado. Com esta resposta, a jovem comprovou ser uma verdadeira princesa, pois somente uma verdadeira princesa poderia ter a pele tão sensível, e casou com o príncipe.



Semana passada o título me veio à mente porque eu pensava em sabores de sopas para fazer e colocar no cardápio de inverno da minha Boutique de delícias. Ervilha dá uma baita sopinha creme! Então fui buscar a história para relembrar o contexto.

Bem, eu acredito que princesas são pessoas reais. Elas não têm superpoderes. Elas soltam pum, são questionadas, possuem sonhos, vontades e muitas vezes são frustradas, pois por conta do título de nobreza elas precisam ter um comportamento condizente com o mesmo. Não sou defensora de princesas rebeldes, que saíam quebrando regras pelo puro prazer de quebrar. Eu defendo o bom senso e o equilíbrio. Ler esta história com as crianças nos permite levantar estas questões sobre quem somos NÓS, que títulos carregamos. Na história, as princesas são descritas como seres muito sensíveis. Tanto que sentiriam uma ervilha crua sobre mais de 20 colchões.


Acho que sensibilidade se mede com outro termômetro. Para mim exemplo de princesa não é quem se incomoda ervilhas e pompas, mas quem sabe praticar generosidade e aprender que ervilhas podem virar comida para aplacar FOMES. Generosidade, gentileza e respeito ao próximo são as melhores características para um princesa. Mas isto não se adquire com títulos de nobreza. Estas características se desenvolvem com a vida real.

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