domingo, 29 de julho de 2018

Julho foi russo!!!


Que mês foi este? Copa do Mundo, muito frio, excesso de trabalho, revoluções na vida pessoal e minha trilha literária foi RUSSA!!! Num primeiro momento, fiquei pensando onde eu estava com a cabeça, quando escolhi fazer Copa Literária Russa, em pleno inverno nos Campos de Cima da Serra, aqui no Rio Grande do Sul. Passado o susto, ainda com frio, posso dizer que foi DEMAIS!!! As primeiras páginas muito angustiantes, mexendo com minhas impressões sobre a vida que estou levando. Para completar dois eclipses, um solar e um lunar. E dá-lhe mais mexida interna!!



Não fiz goleada. A ideia era ler os 19 livros que existem na Biblioteca Pública Elyseu Paglioli, daqui de São Francisco de Paula, mas não consegui. Julho foi conturbado. Mesmo assim deu para marcar cinco gols. Cinco bons livros: O Retrato, de Gogol; Salada Russa, de vários autores; Sete Contos Russos, recontados por Tatiana Belinky; Um dia na vida de Ivan Denissovitch, de Alexander Soljenitsin e o volume 1 de Pavilhão de Cancerosos, também de Alexander Soljenitsin (a biblioteca não tem o segundo volume. Se alguém tiver e quiser me emprestar prometo ler e devolver rapidinho!!!)


Foram dias cinzas para conviver com nomes estranhos de pronunciar. Dias para saber que Liérmontov era um escritor russo e muito crítico, um apaixonado pelas montanhas do Cáucaso e por seu povo. Ele reverenciava o folclore e a vida dos camponeses. Também soube que morreu aos 27 anos num duelo "preparado". Naquela época se provocava os poetas críticos, que questionavam as condições sociais vividas pelo povo russo. Os poetas críticos aceitavam as provocações e quando percebiam estavam dentro de um duelo. Duelos de armas de fogo. Poetas são craques nas palavras, mas a maioria deles não aguentou as armas de fogo. Muitos morreram jovens, muito jovens.


No século XIX, a Rússia ainda era imperial. Um lugar de renascimento artístico, onde a aristocracia e a corte viviam com muitos luxos. Corrupção era algo generalizado, legalizado. Do outro lado o povo russo sofria como escravos, vivendo na miséria. Sem falar do inverno terrível que matava sem dó nem piedade. Apesar deste cenário deprimente, a Rússia viu uma explosão nas artes, no jornalismo e na literatura. Surgiram nomes maravilhosos: Púchkin, Liérmontov, Gárchin, Dostoievsky, Tolstói, Lieskov, Gorki, Turguêniev, Tchecov, entre outros.


A literatura russa é a prova de que adversidades podem ser superadas e transformadas em arte, bons resultados. Neste caso, ótimos livros para marcarem nossas vidas. Julho está terminando, mas minha paixão pelos russos só está começando.

2 comentários:

  1. Belo texto Paty!
    Recheado de sensações e emoções como a autora dele. Repleto de sentimento como os textos dos próprios autores russos.
    Sofre-se. Mas, sofre-se grande. Transforma-se o sofrimento em arte, trabalho, dedicação, empenho... sendo que, no fim, acabamos por sair transformados, nós mesmos.

    ResponderExcluir

Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...