quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Vida longa à Serena


Serena é o nome dela. Quem é Serena, perguntarão alguns. Outros não terão tempo para saber ou sequer irão se interessar. Eu me interessei. Eu tive uma tarde de sábado todinha para ficar com Serena. E só posso dizer uma coisa: ela é a moça que já fui com vinte e poucos anos.


No auge dos meus quarenta e cinco anos, muito próxima dos 46, uma crise se instalou no meu olhar e no meu sentir. Meu olhar e minha pele cansaram, justo agora que minha cabeça está à mil e sem preguiça. Meu corpo já não é rápido, mas ainda não chega a ser lento. Roberto Bevilacqua, personagem do livro "Brava Serena", é um senhor de idade, que segue à risca as recomendações médicas, mantendo uma alimentação adequada e consumindo, regularmente, seus remédios. Ele decide viver o resto de  vida na Itália, em Roma, onde moram suas memórias. Chegar aos 40 é algo estranho. Nos deixa com um estranhamento nas entranhas. E eu deveria me identificar com Roberto. Mas eu não quis. Tive carinho por ele. E só. Chegar aos quarenta é conseguir escolher só o que se quer de verdade. Existe uma libertação grandiosa e uma saudade imensa nesta fase. Saudade da ousadia que já se teve e da paixão pela vida que habita os poros da nossa pele. Libertação por saber ser independente no pensar, no sentir e no agir.


Então o livro "Brava Serena", de Eduardo Krause chega neste momento de se redescobrir. Não estou mais me conhecendo, mas estou me refazendo. A cada instante. Porque não se conta mais dias e sim momento. E Serena vem serenando minhas indagações. Vem confirmando uma vida que já vivi e me fez plena para viver esta atual fase. Serena vem para me abraçar e apenas sorrir, porque chega um momento em que a vida não pede mais argumentos ou desculpas. A vida só pede que se viva. E nisto Serena é craque. Ela vive.



Final de temporada de verão é como as luzes do dias, que vão se transformando, sutilmente, como um piscar de olhos. É tempo de agradecer o calor que nos inundou e começar a se preparar para troca de estação. E ao fechar o livro a gente esquece de tudo: de Roma, de Roberto. Só fica Serena e sua paixão "bem resolvida" pela vida. Porque ela é intensa. Ela é real. Ela é somente ela. Se cada um de nós é singular nesta existência, por que insistimos em usar uniformes? Serena não usa.


Eduardo Krause "se passou" neste livro. "Se passou" num ótimo sentido. Ele diz para seus leitores que a literatura é SIM seu ofício maior. Ele reafirma para sua editora, a Dublinense, que não é mais uma aposta, mas uma CERTEZA. Ele dá a mão para Serena e diz para esta menina mulher que a vida é todinha dela.


O livro tem muita comida, muitos amores, muitas paisagens turísticas. E tudo isto nos cativa e nos encanta. Fico imaginando este livro sendo traduzido para o italiano e lançado em Roma. Quantas Serenas estariam no lançamento?


Lá eu não sei, mas aqui, em São Francisco de Paula, no dia 23 de fevereiro, eu tenho certeza de que muitas pessoas estarão, de coração aberto, para ouvirem as palavras inspiradoras de Krause e buscarem suas Serenas!



Pizza Literária de Verão, com os Escritores convidados Júlio Ricardo da Rosa e Eduardo Krause

Data: 23/02 – sábado
Horário: a partir das 19h
Convites à venda por 80 reais, por pessoa (dão direito às pizzas, pães, antepastos, água saborizada e vinhos).
Os livros dos escritores estarão à venda no evento, com valores promocionais.
Local: Boutique de Pizzas Viale (rua Alziro Torres Filho, 1579 lago São Bernardo – São Francisco de Paula) 
Telefone para informações e compra de convites: 54 99925.5761, com Patrícia Viale.

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