terça-feira, 31 de julho de 2018

10 capítulos, um Epílogo, um sonho real





 O Livreiro do Alemão, de Otávio Júnior (editora Panda Books), 80 páginas, editado em 2011.

Um livro que deve ser lido quando a gente começa a se sentir perseguido por ilusões, quando a gente está pensando que nada mais vai dar certo. Leitura rápida, dinâmica. Na volta às aulas sentei e li rapidinho. A história de vida de um rapaz, que não se acomodou diante do seu entorno social. Otávio Júnior não via limites no que a vida apresentava. Ele passou a ver "oportunidades". No saco de lixo de uma criança com mais recursos, o primeiro livro "Don Gatón". A prisão forçada em casa por causa de tiroteios fez nascer a compulsão por escrever, o que mudou o rumo da sua vida. A busca por oportunidades na cara e na coragem.

Eis um livro para ser lido por professores, administradores de empresas, estudantes, jornalistas, motoristas, manicures, artesãos... uma leitura para TODOS e TODAS. Por que? Somente para não nos acomodarmos diante do "não" ou de qualquer outra expressão negativa que nos limite. A vida não merece ser rotulada. A vida é para ser superada  Otávio Júnior é expert neste assunto. Pelo seu relato percebe-se que seu caminho natural (e óbvio!) seria trabalhar para o tráfico de drogas, compactuar com uma vida repleta de limites. Porém esta não foi a escolha de Otávio. E aquele primeiro livro, encontrado no lixo, o fez percebeu que a vida poderia ser mais interessante do que a realidade que era anunciada. "Com a leitura eu dou uma opção de novas possibilidades e perspectivas para o futuro delas (pág. 54)"

Juntando balas, mochilas carregadas de livros, "lanchinho literário", patrocínios de gráficas, ajuda de jornalistas, apoio da família que sempre acreditou no poder da educação: uma miscelânea de ações, que aparentemente não tinham relação alguma, mas que "JUNTAS" geraram um trabalho original de estímulo à leitura: Ler é 10 - Leia Favela!!!

domingo, 29 de julho de 2018

Julho foi russo!!!


Que mês foi este? Copa do Mundo, muito frio, excesso de trabalho, revoluções na vida pessoal e minha trilha literária foi RUSSA!!! Num primeiro momento, fiquei pensando onde eu estava com a cabeça, quando escolhi fazer Copa Literária Russa, em pleno inverno nos Campos de Cima da Serra, aqui no Rio Grande do Sul. Passado o susto, ainda com frio, posso dizer que foi DEMAIS!!! As primeiras páginas muito angustiantes, mexendo com minhas impressões sobre a vida que estou levando. Para completar dois eclipses, um solar e um lunar. E dá-lhe mais mexida interna!!



Não fiz goleada. A ideia era ler os 19 livros que existem na Biblioteca Pública Elyseu Paglioli, daqui de São Francisco de Paula, mas não consegui. Julho foi conturbado. Mesmo assim deu para marcar cinco gols. Cinco bons livros: O Retrato, de Gogol; Salada Russa, de vários autores; Sete Contos Russos, recontados por Tatiana Belinky; Um dia na vida de Ivan Denissovitch, de Alexander Soljenitsin e o volume 1 de Pavilhão de Cancerosos, também de Alexander Soljenitsin (a biblioteca não tem o segundo volume. Se alguém tiver e quiser me emprestar prometo ler e devolver rapidinho!!!)


Foram dias cinzas para conviver com nomes estranhos de pronunciar. Dias para saber que Liérmontov era um escritor russo e muito crítico, um apaixonado pelas montanhas do Cáucaso e por seu povo. Ele reverenciava o folclore e a vida dos camponeses. Também soube que morreu aos 27 anos num duelo "preparado". Naquela época se provocava os poetas críticos, que questionavam as condições sociais vividas pelo povo russo. Os poetas críticos aceitavam as provocações e quando percebiam estavam dentro de um duelo. Duelos de armas de fogo. Poetas são craques nas palavras, mas a maioria deles não aguentou as armas de fogo. Muitos morreram jovens, muito jovens.


No século XIX, a Rússia ainda era imperial. Um lugar de renascimento artístico, onde a aristocracia e a corte viviam com muitos luxos. Corrupção era algo generalizado, legalizado. Do outro lado o povo russo sofria como escravos, vivendo na miséria. Sem falar do inverno terrível que matava sem dó nem piedade. Apesar deste cenário deprimente, a Rússia viu uma explosão nas artes, no jornalismo e na literatura. Surgiram nomes maravilhosos: Púchkin, Liérmontov, Gárchin, Dostoievsky, Tolstói, Lieskov, Gorki, Turguêniev, Tchecov, entre outros.


A literatura russa é a prova de que adversidades podem ser superadas e transformadas em arte, bons resultados. Neste caso, ótimos livros para marcarem nossas vidas. Julho está terminando, mas minha paixão pelos russos só está começando.

terça-feira, 10 de julho de 2018

Lançamento em São Chico

Nesta Sexta-feira, dia 13 de julho, as 18h, no Salão de Evento da Livraria Miragem, em São Francisco de Paula, ocorrerá o lançamento do belo livro "Na direção das Montanhas", da nossa escritora serrana Andréia Borges de Azevedo


A obra de Andréia nos remete ao cenário serrano, da vida do campo, dos costumes de nossos antepassados, da nossa cultura, tudo regado com belas poesias, imagens e paisagens de autoria da própria escritora. 





quarta-feira, 4 de julho de 2018

Eu não sumi!!!

Gente, eu não sumi!! Estou lendo "Pavilhão de Cancerosos" (1° parte), de Alexandre Soljenitsin. São 398 páginas!!!! E literatura russa não é algo que se lê como um passatempo. São narrações consistentes, com informações minuciosas. Um momento é descrito com detalhes para que se viva a cena. Literatura russa tem isto: tu vive a página lida, não é somente uma leitura. Estou gostando muito.




Daí entra o meu lado imediatista, que quer fazer muita coisa num tempo mínimo. Li Tolstoi e Dostoievski quando tinha 20 e poucos anos. E sinceramente, naquela época, eu tinha mais paciência e não era tão ansiosa. Sei que a Copa termina em duas semanas, mas a minha Copa Literária vai prosseguir, porque percebi que estou precisando de um outro ritmo. E este novo ritmo que quero tem tudo a ver com a literatura russa. Um tempo de pausas , de respiradas e boas leituras.


Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...