segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Gramado respira música erudita em fevereiro

Fotos Divulgação do Evento

O V Gramado in Concert - Festival Internacional de Música, acontecerá de 1° a 09 de fevereiro, em Gramado. O evento vai reunir cerca de 300 alunos do Brasil e de países como Uruguai, Argentina, Costa Rica e Chile. Este ano a realização do evento fica por conta da Secretaria de Cultura do município, que tem como secretário municipal Allan John Lino. "Trata-se de uma atividade cultural do município, que oportuniza a qualificação musical", enfatiza Allan. A direção artística fica a cargo do maestro Linus Lerner e a coordenação artística do maestro gramadense Leandro Libardi Serafim.


O evento irá proporcionar oficinas dos mais variados instrumentos e práticas orquestrais. Serão 19 modalidades de oficinas e cinco práticas de grupo. A equipe conta com 29 professores e três pianistas acompanhadores de renome nacional e internacional, como solistas, músicos de grandes orquestras e professores universitários.



O Gramado in Concert promove ainda, pelo quarto ano consecutivo, o Concurso de Composição Erudita, no intuito de incentivar a composição de novas obras sinfônicas. Destaque também o II Concurso Jovens Solistas, que selecionou 15 talentos inscritos e irá premiar os três melhores.




Um dos destaques da programação são as Ações Formativas para o Público. De segunda à sexta, das 10h às 14h, interessados poderão se inscrever para conhecer o festival nos bastidores, ou seja, as práticas das orquestras, os ensaios, uma parte da rotina deste grupo de músicos, que se juntam e formam a Orquestra do Festival, a Banda Sinfônica, a Camerata de Violões e a Big Band.



A Secretaria de Cultura espera a participação de cerca de 100 mil pessoas, entre gramadenses e visitantes, nas mais de 40 atividades ao longo dos nove dias do evento. Cabe ressaltar que a programação é totalmente gratuita e está disponível no site www.gramadoinconcert.com.br 


Mea Culpa

Parei de escrever neste blog em agosto de 2018 (que vergonha!). Confesso que 2018 foi um ano muito complicado. Tive que fazer escolhas profissionais, pessoais... tive que reconhecer minha omissão em relação aos meus sonhos. Fui alfabetizada com cinco anos e lá decidi ser escritora. Sim, isto é verdade! E na adolescência eu me mantive muito firme em relação ao meu propósito.

Terminando o Segundo Grau, no Colégio Santa Inês (Porto Alegre/RS). Eu estou ao lado do Duda (menino loiro, blusa cinza), terceira fileira de baixo para cima. Eu era muito CDF e só pensava em ser professora de literatura ou fazer um curso de moda.


Porém veio a escolha da faculdade e eu fui cursar jornalismo na Famecos/Puc, em Porto Alegre/RS. Sim, eu sou porto alegrense. Nesta época fiquei dividida entre as aulas práticas de jornalismo: escrever um lead, cuidar a voz para apresentar um tele jornal, escrever um roteiro para rádio; as oficinas de produção textual do escritor Charles Kiefer, onde eu desenvolvia a personagem Calíope e o divórcio dos meus pais. Tudo isto entre os 16 e 19 anos. Como uma boa adolescente eu tinha certeza de que segurava o tranco. Consegui me formar, rasguei todos os textos de Calíope e para fugir das brigas dos meus pais, que já estavam divorciados, fugi para a Região das Hortênsias (composta pelos municípios Nova Petrópolis, Gramado, Canela e São Francisco de Paula), mais propriamente numa localidade chamada Barragem do Salto, em São Francisco de Paula, onde fui emendando um trabalho freelance atrás do outro, na área de assessoria de imprensa para eventos.

A Deca e a Creuza, minhas colegas de jornalismo e que me incentivavam a escrever

Eu não tinha programado nada disto para a minha vida. Eu queria ser professora de literatura brasileira, escrever sobre Álvares de Azevedo, estudar moda e morar em São Paulo. Eu trabalhava em Gramado/RS e já tinha 21 anos, pouco discernimento sobre a vida, muito drama na cabeça e uma ficha na biblioteca de Canela e outra em Gramado. Na época, entre 1994 e 2000, eu morava na Barragem do Salto, uma localidade rural de São Francisco de Paula. Caminhava dois quilômetros para pegar um ônibus que me levava para Canela e Gramado. E caminhava mais dois quilômetros, de onde o ônibus largava (na rodovia) até a casa da família. O trajeto do ônibus levava em torno de meia hora. E eu aproveitava para ler. As inúmeras esperas por ônibus, nas rodoviárias, eram acompanhadas por livros. Não existia sinal para televisão, muito menos existia celular. Então eu lia. Fora as dores de alma que eu tinha e que eu tratava com mais leitura. Bem, este parágrafo quer mostrar que li muito. Mas poucas anotações fiz sobre estas leituras. E estas poucas eu joguei fora, em função de achar que tudo era sem sentido ou em função das inúmeras mudanças de casas que fiz na juventude.

Esta é a Barragem do Salto


O tempo foi passando e eu insistia na leitura. Passava temporadas lendo russos e depois migrava para os eróticos. Às vezes dedicava um mês para ler somente autores que eu não conhecia, que sequer sabia pronunciar o nome. Foi uma época feliz, apesar das dores de alma.

Muitas andanças vieram, mas entre 2006 e 2008 aconteceram, talvez, os três fatos mais importantes da minha vida: em outubro de 2006, meu pai faleceu repentinamente. Cem dias depois, em janeiro de 2007, um acidente de carro levou meu irmão mais novo. E em novembro de 2008 nasceu minha filha, a Maria Rita. Esta sequência de fatos acabou comigo e me fez renascer das cinzas. Parei de ler, parei de escrever. Primeiro por tristeza, por luto. E ali entendi que minhas antigas dores de alma eram ciscos perto do que eu sentia. Perder pai e irmão em tão pouco tempo é avassalador! Foi meu reecontro com a espiritualidade. Eu estava muito distante de Deus, dos anjos e de qualquer crença que pudesse vir a me ajudar. Eu queria morrer. E eu tentei morrer. Mas este não era o meu destino. Foi quando descobri que estava grávida. E eu quase pirei! Como que alguém que mal pesava 59kg (em quase 1,75cm), não dormia, não comia, vivendo entupida de remédios, iria carregar por nove meses uma criança na barriga? Tudo isto beirava o impossível, mas deu certo. A gravidez foi super tranquila e Maria Rita nasceu mega saudável. 


Maria Rita quando bebê


Daí vieram aqueles cuidados básicos e loucos(!), que uma criança pequena precisa. Eu parei de trabalhar, parei de me cuidar e enterrei o meu hábito de ler. Achei que nunca mais iria ler. Nas raras vezes em que tentei pegar um livro, eu dormia antes de chegar na página cinco. Desculpa! Mas isto, para mim, era grave, já que eu estava habituada a ler de um a dois livros por semana. 

Deixei a vida correr. Maria Rita cresceu, entrou para a escola e eu consegui me envolver com os livros novamente. Voltei a escrever. Sem ritmo, afinal nada é perfeito depois que nos tornamos mãe. Já não sou uma, mas duas. E por enquanto a rotina dela, agora com 10 anos, ainda me envolve.

Eu e ela, a MR, como escrevo o nome dela carinhosamente


Mas ela vai crescer ainda mais, se tornar adolescente, escolher um caminho dela. E nesta hora, para que eu não encare a síndrome do ninho vazio como um drama, preciso estar envolvida com algum projeto. E assim surgiu este blog. Um blog que fale sobre os livros que leio, sobre as pizzas que produzo e como (sim, eu pago as minhas contas vendendo pizzas congeladas.). São bilhares de livros a ler e eu não posso mais perder tempo. Já perdi um monte e ainda me perdi em 2018. Então a proposta de 2019 é voltar a ler um livro por semana e postar meu comentário aqui. Uma postagem que incentive a leitura daquele título. Mas pretendo ser bem disciplinada e uma vez por dia chegar aqui e escrever algo sobre literatura, pizzas e cultura. Este é o tripé da minha vida. Opa! Esqueci as doações de sangue! Mas este pode ser um assunto para uma nova postagem, ainda esta semana. 



Ah! Estou terminando o livro "Cidadã de Segunda Classe", da escritora nigeriana Buchi Emecheta. Ganhei o livro da editora Dublinense (minha super parceira desde 2016, quando começei as Pizzas Literárias). O livro é um relato sobre uma mulher tão comum que se tornou grandiosa. E que me inspirou a voltar a escrever. Prometo boas linhas sobre este em breve.

Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...