quinta-feira, 24 de junho de 2021

Cicatrizes nas tardes de inverno

Uma resenha literária deve ser rápida e deliciosa, para que o leitor entre no site da editora e compre o livro imediatamente. Porque se tem uma coisa que não merece espera é um livro recém lançado. JÚlio Ricardo da Rosa, com seu "A Cicatriz Invisível" não perde um minuto sequer. Primeiro que ele foi publicado pela Avec Editora, que só investe em conteúdo bom. Aliás, é deles o selo Safra Vermelha, que tem como objetivo promover o melhor das histórias de crime produzidas na América Latina e além, unindo nomes contemporâneoas aos clássicos do gênero. Cicatriz, de Júlio, é o primeiro romance publicado pelo selo. Sem perder instante algum, o prefácio é escrito pela Carina Luft, nome feminino mega forte das narrativas policiais no Brasil, qua também já foi publicada na Alemanha. São 159 páginas com sexo, mistérios do passado e do presente, futebol e muita intriga. O que mais pode prender um leitor nos dias de hoje, neste inverno? Marta Regina, João Antônio e o protagonista, um colunista do jornalismo esportivo, que só quer viver e escrever, driblam bonito nesta história. A leitura é tranquila, com pontos de tensão. O único problema do livro é que termina e a gente quer mais desta linguagem do Júlio que é tão direta, fluída e ao mesmo tempo explosiva. Vida longa para o selo Safra Vermelha e Júlio Ricardo da Rosa! p.s: uma pizza margherita acompanha muito bem a leitura! Livro: A Cicatriz Invisível Autor: Júlio Ricardo da Rosa Editora: Avec (www.aveceditora.com.br)

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Informação existe, agora necessitamos de ação!

 

Muitas vezes acompanhamos matérias ambientais como algo distante. Precisamos compreender que na vida tudo tem consequências: nossas palavras, nossas ações. Precisamos entender que uma ação, como o corte indiscriminado de árvores, pode comprometer nosso clima e nossa vida no geral.

Uma boa leitura para que possamos mudar nossa mentalidade sobre a coletividade!

 



Desmatamento no Brasil: informação já temos, o que precisamos é agir


Cláudia Herte de Moraes *

Fonte: https://www.oeco.org.br/reportagens/relatorio-mostra-que-998-dos-desmatamentos-no-brasil-em-2020-foram-ilegais/

A informação e a comunicação de dados ambientais são crescentes, sendo cada vez mais relevantes para dar subsídios à tomada de decisões, especialmente, aos formuladores de políticas públicas. Num mundo ideal (ou pelo menos inteligente), sociedade e seus cidadãos, bem como os poderes instituídos deveriam utilizar o conhecimento destes dados para proteger a vida em primeiro lugar, e respeitar os preceitos da proteção ambiental é um caminho bastante importante para o Brasil, devido aos seus biomas ricos em biodiversidade. No lançamento do MapBiomas Alerta, em 11 de junho de 2021, o destaque foi dado ao crescimento do desmatamento em todos os seis biomas brasileiros que fazem parte do monitoramento. O crescimento foi de “13,6% em 2020, atingindo 13.853 km2 (1.385.300 hectares), uma área nove vezes maior que a cidade de São Paulo. Desse total, 61% estão na Amazônia.”. A análise inédita de 74.218 alertas de desmatamento no Brasil está publicada e aberta ao público. (https://mapbiomas.org/pais-perdeu-24-arvores-por-segundo-em-2020).

O MapBiomas Alerta é uma iniciativa do consórcio MapBiomas constituído por mais de 20 instituições, entre ONGs, universidades e startups de tecnologia. Seu objetivo é processar os alertas de desmatamento emitidos por cinco sistemas: o Deter (do Inpe, para a Amazônia e o Cerrado), o SAD (do Imazon, para a Amazônia), o Glad (da Universidade de Maryland, para Mata Atlântica, Pantanal e Pampa), o Sirad-X (do Instituto Socioambiental, para a bacia do Xingu), e ainda incluindo os dados do novo SAD Caatinga (da Universidade Estadual de Feira de Santana e da Geodatin).

A iniciativa MapBiomas surgiu para buscar ferramentas para a compreensão sobre os fatos relacionados ao território brasileiro em relação à emissão de gases de efeito estufa no país, conforme pontuou Tasso Azevedo (Observatório do Clima), na live de lançamento do MapBiomas Alerta. Com isso, é possível organizar o conhecimento tanto em relação ao desmatamento, quanto a outras transformações importantes nos biomas, por exemplo, com a exploração e extração mineral, a utilização de água, a urbanização entre outras. A base do trabalho se dá com auxílio de softwares de aprendizagem de máquina, capaz de auxiliar na interpretação de imagens de satélites, cruzamento de dados, trazendo aos mais de 100 profissionais envolvidos, a possibilidade de interpretação de dados em nuvem, de forma ampliada e em tempo recorde.

A equipe do MapBiomas concluiu que o desmatamento está crescente em todos os biomas e é, em sua vasta maioria, composto de casos de atividades ilegais. Mais de 70% se dá em domínios privados e há possibilidade de responsabilização de ⅔ das áreas desmatadas. No entanto, também apontam que 99% das propriedades rurais não tiveram desmatamento em 2020 - e sofrem com a impunidade daqueles que infringem as leis. Para tratar deste tema neste Observatório de Jornalismo Ambiental, fizemos uma busca exploratória no Google, em busca da repercussão nos jornais, com os termos “Relatório inédito do MapBiomas Alerta”, na data de 13 de junho. A partir das publicações encontradas, pudemos conferir que houve boa repercussão das informações, tanto em portais, jornais alternativos e sites especializados ou institucionais, quanto em jornais e portais mais tradicionais da imprensa brasileira.

Listagem das principais notícias sobre MapBiomas Alerta

Com essa repercussão, que deve ser ampliada durante esta semana, podemos concluir que estamos num momento de intensa proliferação de informações e dados ambientais, sendo que o nosso maior problema é o que está sendo feito (ou não) com estas informações e alertas científicos. Estamos ingressando na década considerada determinante quanto aos destinos e rumos de nossa civilização, levando em conta que estamos muito próximos do ponto de não-retorno quanto à mudança do clima global. A informação ambiental está clara e os cidadãos e seus representantes na política, especialistas e empresários, todos nós precisamos entender esse alerta. A hora é, portanto, de ação. O jornalismo também precisa direcionar sua cobertura quanto aos alertas, e avançar ainda mais no questionamento sobre a falta de ação, especialmente por parte de agentes públicos e de fiscalização, para que haja a real responsabilização dos desmatadores no Brasil.

*Jornalista, doutora em Comunicação e Informação, professora na UFSM, Integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo Ambiental (CNPq/UFRGS). E Mail: claudia.moraes@ufsm.br

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Pinhão, o astro da gastronomia serrana

 Roteiro do Pinhão traz experiência genuinamente serrana ao apresentar cozinha dos Campos de Cima da Serra em São Francisco de Paula

A proposta permite que o turista passeie pela cidade e conheça 13 restaurantes locais com receitas exclusivas à base de pinhão 

 

Entrevero de Pinhão da Doce Café 


São Francisco de Paula promove a partir da próxima sexta (11) o Roteiro do Pinhão, evento gastronômico que, em tempos de pandemia, deve substituir a tradicional Festa do Pinhão, que esse ano completaria 25 anos. A proposta é misturar turismo e a gastronomia dos Campos de Cima da Serra: o turista poderá passear por 13 restaurantes e experimentar receitas exclusivas à base de pinhão. O evento, com duração até 11 de julho, promete agradar todos os gostos e passa pelo tradicional churrasco de pinhão em duas versões, pela paçoca de pinhão, bolinho frito, pizza, xis, taco (comida tradicional mexicana) e bolo, além de outras receitas inusitadas. Os valores começam em 4 reais (bolinho frito de pinhão – Feira do Produtor) e chegam a 70 reais (escalope com molho de pinhão para duas pessoas – Castelli Restaurante).


Quem também participa do evento é o Parador Hampel, com o Restaurante Ana Terra, que sob o comando do badalado chef Marcos Livi traz o tradicional churrasco de pinhão em uma versão moderna. O chef é famoso por trabalhar com a cozinha dos Campos de Cima as Serra e usar, já no cardápio fixo do restaurante, ingredientes tipicamente serranos como o queijo serrano, o charque e o próprio pinhão.

 

Churrasco de Pinhão do Parador Hampel


O Chef destaca que o pinhão está enraizado na cultura do povo serrano. “Quando o inverno chega e já se consegue enxergar a fumaça do fogão a lenha saindo pelas chaminés das casas de madeira, pode-se ter a certeza que ali há pinhão. Seja sapecado, cozinho, no pão, no entrevero ou na paçoca de pinhão, ele está presente. Faz parte do dia-a-dia do povo serrano, da história daqueles que vivem nos Campos de Cima da Serra. O Roteiro do Pinhão é a essência da nossa cozinha, uma cozinha fruto de um bioma quase extinto. Fruto da araucária”, relembra.

 

Serviço:

Quando: de 11 de junho a 11 de julho

Onde: São Francisco de Paula 

 

Confira os restaurantes participantes:

 

Churrasco de Pinhão | Parador Hampel

Escalopes ao molho de Pinhão | Castelli Restaurante

Risoto de Pinhão com funghi | Marcela's Café & Bistrô

La Guapa | Lírio Café

Salgado feito com massa fininha e amanteigada, recheada com pinhão, alho poró da horta, queijo serrano e provolone.

Entrevero de Pinhão | Doce Café

O Entrevero de Pinhão é um prato típico serrano à base de pinhão, linguiça e carnes vermelha, suína e de frango, temperado com pimentões amarelo, vermelho e verde, alho, cebola e cheiro verde.

Bolinho Frito de Pinhão | Feira do Produtor

Bolo de Pinhão | Big Pão

Churrasco de Pinhão | Buenas Hamburgueria

Blend de carne Bovina, suína e pinhão moído com temperos, servido com farofa e batata rústica

Waffle de Pinhão | Café São Bernardo

Xis de Pinhão | Xis da Dona Laura

Paçoca de Pinhão com Charque | CTG Rodeio Serrano

La pizza de cerdo | Ai ki fome

Uma pizza sem massa, com carne especial de porco, com molho de tomate, mussarela, provolone, cebola, azeitona, paçoca de pinhão, azeitona e orégano. Assada na brasa

Tacos Recheados com Paçoca de Pinhão | Taylor's Pub

Duas tortillas de milho fritas em formato de concha recheadas com paçoca de pinhão, salsa mexicana e alface, acompanhadas de arroz mexicano.

Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...