quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Denise Kern na Feira do Livro de São Chico

Gente, este será o segundo ano da Boutique de Pizzas e Livros Viale na Feira do Livro de São Chico. Estaremos com uma banca de livros de autores independentes. Traremos quatro escritoras e um escritor para lançamento de obras e bate papo. Neste time está Denise Kern, professora de matemática e escritora de Educação Financeira e Fiscal.

Denise Kern

Este ano ela está lançando a Coleção Aprendendo a Poupar. Uma Coleção comemorativa dos seus dez anos como autora de obras de Educação Financeira e Fiscal.  Denise vem lançar o seu primeiro título “Quanto valem os centavos?”.



O encontro com a autora será na sexta feira, 08 de novembro, 15 horas, na Feira do Livro de São Francisco de Paula, às margens do Lago São Bernardo.


Conheça seus livros:

Em Quanto valem os centavos?, a professora Beta e os alunos Xis, Cinco, Zezinho, Vírgula, Exclamação e Delta conversam em sala de aula sobre a importância de aprender a dar valor ao dinheiro, do economizar, organizando tabelas.
Valor do livro: R$ 20,00



ISBN 978-85-69698-35-7 CDU 336.76
INFANTIL; 40pág., 15,5x22cm, ilustrações para colorir
Brinde: um cofrinho

Em Quanto eu pago os impostos?, a professora Beta e os alunos dialogam na sala de aula sobre a função do imposto e a importância para a cidade; do papel do cidadão e da possibilidade de auxiliar entidades.
Valor do livro: R$ 28,00

INFANTO-JUVENIL; 78pág.; 14x21cm, ilustrações
ISBN: 978-85-69698-12-8 CDD: 336.2
Administração financeira. Tributos. Impostos. Poupança. Educação Financeira.


Sobre a autora:
Desenvolvendo projetos na área de Educação Financeira há 18 anos, Denise é precursora na discussão deste tema no Rio Grande do Sul. Representou o Estado e a Região Sul na discussão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em São Paulo (2015) e em Canoas (2016). Entre as distinções, conquistou o 8º Prêmio Professores do Brasil e o 3º lugar no Prêmio Educação Financeira e Fiscal da ESAF/DF. É mestre em Ensino de Ciências Exatas pela Univates/RS, possui curso de extensão universitária de Disseminadores de Educação Fiscal por meio do Programa Nacional de Educação Fiscal, realizado pelo Governo Federal.

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

As margens do lago São Bernardo nunca mais serão as mesmas



Anota na agenda a data de 10 de novembro (domingo)! Além de ser o aniversário do meu companheiro Joao Cincinato Lucena Terra, será também a última Pizza Literária de 2019! Então tem que aproveitar!!

Nosso encontro será às 15h, às margens do lago São Bernardo (no quintal!!!), durante a Feira do Livro e Feira Medieval de São Francisco de Paula 2019, promovida pela Secretaria Municipal de Educação e Biblioteca Pública Elyseu Paglioli. Inspirador né?

Nossas escritoras convidadas são Renata WolffAndréia Borges de Azevedo e Adriana Borella Pessoa. Três escritoras que precisam ser lidas ainda este ano. Por que? Porque elas são únicas, determinadas e se colocaram ao lado da literatura desde sempre. Os livros delas já estão à venda na Boutique de Pizzas e Livros Viale, aqui em São Chico, e também serão vendidos no evento.

Quer mais? O evento será gratuito e terá muita pizza acompanhando este bate papo delicioso!!

Nos próximos dias conheça mais sobre estas três mulheres aqui no blog. E já deixa marcado na agenda onde você deve estar no dia 10 de novembro: na Pizza Literária!!




sexta-feira, 18 de outubro de 2019


Cálculo Renal

por Patrícia Soares Viale, outubro 2019

E de repente, a vida tropeça numa pedra. Numa não. Em três pedras. Duas pedras no rim esquerdo e uma terceira em deslocamento no canal urinário. Esta se movimenta e eu me requebro, grito e me reviro em dor. Chegou sem avisar. Uma dor que aperta as costas e vai desmontando. Parece uma corda amarrada bem justa na linha do umbigo. Ela deu sinais em setembro, em forma de fisgadas. Achei quer era frescura. Que era cansaço. Que era efeito colateral do anticoncepcional. Em quatro dias foram três hospitais diferentes, sete médicos, exames de sangue e de urina, sondagem e tomografia. Foram várias picadas nos braços e na barriga (teve até morfina!) e muitos remédios para controlar a dor. Codeínas, cloridratos, antibióticos, dilatadores... uma mulher de um metro e setenta e quatro centímetros se curvando a uma pedra de menos de um centímetro.

Desde o dia quatro de outubro, quando a primeira crise me derrubou, tenho pensado sobre doença e saúde. O que se passa dentro de nós? O que se passa fora de nós? As doenças são reflexos da nossa poluição emocional, do que fomos deixando pelo caminho: auto estima. Num ano, que pede tanta revisão íntima, me percebi uma sacola vazia. Tanto trabalho feito e nenhuma percepção real do que se vive. A correria dos pensamentos faz isto: muito fazemos, pouco sentimos. E daí uma pedra, que insiste em deslizar no meu canal urinário, me obrigou a parar e me olhar no espelho. Uma mulher descabelada, com a dor estampada nos olhos, preocupada com a largura das mangas da blusa por causa do aceso ao soro, teve que se ver sozinha. Sim, sozinha! Tive uma legião de apoiadores nestes dias. Pessoas que me carregaram de um lado para o outro, cuidaram da minha filha e da minha casa, ajudaram o João, telefonaram, mandaram mensagem, enviaram-me reiki, fizeram floral, me visitaram no hospital, seguraram a minha cabeça para vomitar, rezaram por mim. Sou muito agradecida a todos. Não foi em relação a estas pessoas que falo da minha solidão. A solidão é na hora de sentir. Não se pode repartir a dor. E por muitas horas os remédios não fizeram efeito, as palavras não consolaram. E eu ficava com os olhos cravados nas paredes vazias dos hospitais, com a umidade das minhas lágrimas e aquela dor que me cavava um buraco.

Buraco este que me levou para várias fases da vida, para várias dores vividas. E mão nenhuma podia tirar tudo aquilo de mim. Dor amadurece. Dor faz evoluir. Mais que crescer, a gente se permite sair da cegueira humana e encarar a verdadeira face. Na veia que estourou e deixou o sangue vazar lembrei do meu irmão Francisco e sua morte. Nos hematomas das agulhas lembrei da pele sensível da minha avó Neusa e da minha mãe Eloisa. Na solidão lembrei da doença que acabou com a vida do meu pai Ricardo. E nem mesmo o carinho da minha irmã Cíntia, do meu cunhado Fernando, do meu companheiro João e da minha filha Maria Rita aliviaram aquela dor. E ninguém pode aliviar. A não ser eu mesma.

O laudo da segunda tomografia diz que as pedras continuam lá. Uma nova crise pode acontecer a qualquer momento. E até ontem eu tremia com esta possibilidade. Parei minha vida. Parei minhas leituras. Parei meu trabalho por medo. Um medo que se juntou a outros medos e se tornou gigante. Os medos cospem na nossa cara, nos desafiam, riem de nós. Eu tenho duas possibilidades a partir de agora: enfrentar, cuspir na cara do medo, empurrar ele  e seguir em frente ou recuar e continuar chorando escondida num cantinho. Escolhi carregar o remédio para dor na mochila e seguir. Não quero mais carregar medos e dores. Eu tenho um metro e setenta e quatro centímetros.

Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...