quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Quando um Varal de roupas proporciona futuro para projetos sociais

Varal Solidário da Boutique Viale
- porque ajudar e preservar está na moda -

Elisa Martins posando com looks dos brechós promovidos na Boutique
foto de Rafael França

Desde 2012, a jornalista e escritora Patrícia Viale organiza brechós, em São Francisco de Paula, para estimular uma moda mais sustentável e solidária. "A primeira edição do Varal Solidário aconteceu em outubro de 2012. A Associação Chico Viale, que trabalha divulgando a doação de sangue, cedeu o espaço na sua sede, em São Francisco de Paula. Mulheres de várias cidades gaúchas doaram vestidos, que foram vendidos durante um final de semana. A ação resultou em quase quatro mil reais, que foram doados para a Ong Amigos de Rua, que atende e castra animais abandonados no município", conta Patrícia.

Varal Solidário - foto de Daiane Braga

Lembrando desta e outras edições do evento, que têm como objetivo apenas arrecadar recursos para ações sociais, Patrícia estará abrindo espaço na sua Boutique de Pizzas e Livros Viale, um sábado por mês, para o Varal Solidário. A ideia é que entidades possam vender suas peças de roupas e assim arrecadar dinheiro para seus trabalhos.

No sábado, 08 de fevereiro, das 14h às 19h, o evento acontecerá com araras de roupas das seguintes entidades: Associação Chico Viale (estímulo à doação de sangue), Ong Amigos de Rua (tratamento e castração de animais de rua) e Colégio Expressão (cooperativa de profissionais de educação).

Elisa Martins em foto de Rafael França

"Em tempos de preocupação real com meio ambiente e com a produção do que consumimos, repensar nossas escolhas se faz mais do que necessária. O que estamos comprando? Como é produzido o que compramos? Os brechós nos garantem sustentabilidade e estilo. São roupas que estão sendo cuidadas, tendo vida prolongada. Por que não se render a este novo consumo? E além de adquirir uma peça de roupa, a pessoa estará ajudando uma entidade que realiza trabalho social na nossa região", completa a jornalista.



Evento: Varal Solidário da Boutique Viale (endereço Rua Alziro Torres Filho 1579, lago São Bernardo - próximo ao Hotel Cavalinho Branco, São Francisco de Paula)
Data: 08 de fevereiro 2020 sábado
Horário: das 14h às 19h
Informações: com Patrícia Viale 54 999255761

Clara Pechansky y sus 33 amigas no México


Artista gaúcha e outras 33 mulheres do Brasil e do mundo estarão representadas na exposição que inaugura no dia 3 de fevereiro, na Galeria Frida Kahlo, na cidade de Culiacán, no México

Clara Pechansky, que este ano celebra 64 anos como profissional das Artes
Visuais, prepara sua próxima exposição internacional. Convidada pelo professor
Jorge Luis Hurtado Reyes, Coordenador de Artes Plásticas da Universidade
Autónoma de Sinaloa (UAS), para expor pela segunda vez na Galeria Frida
Kahlo, Clara decidiu agregar outras artistas à sua mostra. Nasceu assim a
exposição “CLARA PECHANSKY Y SUS AMIGAS”, que inaugura no dia 3 de
fevereiro de 2020, às 17h30 na Galeria Frida Kahlo, em Culiacán, Sinaloa, e que
deverá itinerar por outros espaços públicos no México.

Clara Pechansky

Além da exposição, Clara vai realizar duas conferências sobre arte brasileira em
encontros com artistas locais e alunos de Artes Plásticas da universidade mexicana.
Para que o público do Brasil também conheça essa seleção de mulheres-artistas, duas
réplicas locais estão programadas, com outras obras das mesmas artistas, com
vernissage, no dia 8 de abril, na Gravura Galeria de Porto Alegre, e, no dia 5 de
setembro, no Centro Municipal de Cultura de Gramado.


“Essa exposição iniciou com o convite do professor Jorge Luis Hurtado Reyes para
que eu expusesse minhas obras pela segunda vez na Galeria Frida Kahlo, onde ele
dirige. E consolidou-se em mim a ideia de não mostrar só o meu trabalho, mas o de
outras mulheres que, como eu, utilizam o papel para se expressar”, explica Clara.
Ela selecionou então 33 artistas brasileiras, algumas com carreira já consolidada e
outras em início de trajetória, que irão mostrar fotografia, pintura, desenho e gravura
em técnicas como metal, xilogravura, litografia e arte digital. Desta maneira, a
exposição fica enriquecida com obras muito significativas. Ao mesmo tempo, Clara
estará mostrando um recorte de sua obra, com 11 desenhos e litografias, em trabalhos
que focam a época da Ditadura Militar no Brasil.


A maioria das convidadas de CLARA PECHANSKY Y SUS AMIGAS vive e trabalha
no Brasil. São convidadas especiais da mostra as artistas Anico Herskovits, Ena
Lautert e Liana Timm, que também criou o catálogo. Ainda estarão representadas
artistas que residem no exterior e que irão enriquecer a exposição.
O texto do catálogo, que é patrocinado pela Secretaria Municipal de Cultura de
Gramado, foi escrito por Clara Pechansky, responsável pela concepção e curadoria
das três exposições. Escrito em português e em espanhol, com comentários sobre as
obras de cada artista, o catálogo será distribuído no México e no Brasil.


Confira quem são as 34 artistas participantes:
Anico Herskovits, Arlete Santarosa, Beatriz Balen Susin, Bebete Luz, Bernardete
Conte (Estados Unidos), Claudia Sperb, Clara Pechansky, Cleusa Rossetto, Débora
Lora, Eliane Santos Rocha, Ena Lautert, Ermínia Marasca Soccol, Esther Bianco,
Fernanda Soares, Flávia de Albuquerque, Graça Craidy, Helena Schwalbe, Liana
Timm, Lilia Manfroi, Linda de Sousa (Espanha), Mabel Fontana, Mara Galvani,Marise
Zimmermann (Estados Unidos), Marta Loguercio, Miriam Tolpolar, Nara B. Sirotsky,
Ondina Pozoco, Rita Gil, Silvia Marsson, Susane Kochhann, Suzel Neubarth, Thalma
Rodrigues, Vera Reichert e Zoravia Bettiol.

E um destaque para a nossa artista gramadense Rita Gil, que retrata a história de Gramado com suas cores e traços.

obra Lago Joaquina Rita Bier, de Rita Gil


Sobre Clara Pechansky
Nascida em Pelotas, 1936, vive e trabalha em Porto Alegre. Possui uma longa
trajetória profissional, com mais de 60 exposições individuais e participações em
Salões, Bienais, Trienais e coletivas que lhe valeram reconhecimento internacional.
Suas mais recentes exposições no exterior foram em Lisboa (Portugal, 2011), Córdoba
(Espanha, 2013), Hamburgo (Alemanha, 2013), Culiacán (Mèxico, 2015), Bogotá
(Colômbia, 2016). Còrdoba (Espanha, 2019). Expôs a série “O que Goya não viu” na
Galeria Frida Kahlo da UAS no México em 2015, a convite do Professor Jorge Luis
Hurtado Reyes, na Universidad Autónoma de Sinaloa (UAS). Em 2020, volta a expor e
fazer palestras na Galeria Frida Kahlo, como convidada oficial, desta vez levando
consigo mais 33 artistas brasileiras.

domingo, 12 de janeiro de 2020

Xingar ou não xingar


Para ler este livro precisei de muita água, marcador de texto e algumas caminhadas com as mãos na cabeça. Nada fácil ler um livro, numa época tão intransigente, que diz que discordar é importante. Leonardo Sakamoto não é jornalista que busca projeção para si. Ele busca projeção para os direitos humanos de cada um de nós, estejamos nós entre a maioria ou as minorias. O livro "O que aprendi sendo xingado na internet" não é para jornalistas. É para pessoas normais que usam a internet. Não é um manual de boa conduta virtual (mas esclarece e orienta muito), mas um livro com referências, exemplos e consequências sobre o quê a irresponsabilidade pode provocar. Leitura obrigatória em todos os lugares.

Meu livro está todo marcado, anotado. Gosto de debater com aquelas frases que me tocam. Sinceramente: nunca fui xingada na internet. Talvez porque até então eu não tenha me envolvido em assuntos polêmicos. Mas recentemente fui denunciada por um vizinho por ser um risco para as demais casas da rua Alziro Torres Filho, lago São Bernardo, aqui em São Francisco de Paula, região serrana do Rio Grande do Sul.

Deixa eu me explicar: moro numa casa grande, linda e colorida!


E junto a esta casa mantenho uma Boutique de Pizzas e Livros, que leva meu nome: Viale. Tudo devidamente registrado, carimbado, protocolado, licenciado. Pois o meu vizinho resolveu criar a verdade dele e denunciar na Prefeitura da minha cidade, de que eu mantinha fornos acesos 24 horas por dia, sendo potencialmente um risco de incêndio na rua. Também chamou minha casa de "lugar de mau gosto, que desvalorizava a rua, que se situa em zona nobre". Vou citar apenas duas "verdades" das quase três páginas que o senhor alegou como irregular.

Recebi os fiscais. Abri a Boutique para a vistoria e nada foi encontrado. Tudo dentro dos conformes e das leis. Agora vem a questão: pensei rapidamente em procurar um advogado. E procurei. Me preparei para abrir um processo por difamação, pedir indenização, etc. Até que o livro do Sakamoto caiu em minhas mãos. Vizinho agradeça!!!!

Leitura atenta durante as 158 páginas e no capítulo "Por que devemos continuar resistindo" começei a perceber que resolver picuinha na justiça era vestir a mesma fantasia do senhor mal amado. A prova de que tenho uma outra visão sobre a vida é minha casa ser colorida. Eu acredito na diversidade em todos os patamares. Eu acredito na alegria como arma de resistência. Eu sou uma pessoa que aceita a vida e que procura transformar situações tristes e negativas em lições de superação.

Decidi retomar meus eventos, abrir a Boutique TODOS os dias da semana, apresentar artistas e criadores para São Chico e todas as pessoas que passam por aqui. Eu decidi viver e não me esconder. A vida tem me dado o recado: hoje nove pessoas, de outras cidades gaúchas, passaram por aqui e só elogiaram a proposta da Boutique e seu bom gosto. Alma lavada! A vida dá voltas e nos mostra que quem têm valores que prezam a vida sempre vivem bem. Obstáculos e pedrinhas no caminho acontecerão. Mas a paz ajuda a transpor cada uma delas. Obrigada Sakamoto!! Aqui resistimos com alegria, pizza, livros e muita cor!

Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...