sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Ao poeta que a mim nunca escreveu...

por Patrícia Viale



foto de Rafael França


Por quantas liras tu me deixaste? Seriam trezentas, vinte ou apenas dezenas? Podes crer em amor quando existe dinheiro?
Nascemos fora de nosso próprio tempo: tu antes e eu após a tua morte.
Nada somos um para o outro, apenas esse amor que me queima, que me enlouquece, que me faz ver-te onde nada há de ti...
Onde estariam as liras nesse mundo cinzento, amargo e ambicioso?
Quem ainda escreve cartas de amor e as manda por um mensageiro?
Quem rouba beijos?
E quem ainda ousa acreditar em se ser somente um poeta, sem nada a ganhar ou a perder?

Nada somos um ao outro, somente esse amor cego e absurdo...

Um comentário:

  1. Adorei, muitas vezes estamos com essa sensação de deslocado do tempo veloz dessa vida, muita mudança em meio século. Com amor tudo vale a pena!bjs Pati

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