Por que ler "Fim de Festa", de Renata Wolff? Apenas um argumento: porque os contos deste livros são recheados de humanidade. Não são meros personagens. São gente de verdade. Gente que se cansa, mas que não enche o alheio de palavrão. Apenas vai embora. Gente que vive o instante e não cria expectativa. Gente que goza, que ama, que odeia. Mas principalmente que vive. Sem manuais.
"Fim de Festa" nos faz lembrar que a vida não tem regras certas, muito menos um padrão para tal. Vive-se. E ao outro não interessa quem você seja. Ao outro não interessamos e está tudo bem. "Fim de Festa" nos faz pensar em como entregamos nossas vidas a quem está do lado e, que na maioria das vezes, nos arrependemos por tal atitude. O livro vem para puxar a orelha de quem não conhece a responsabilidade pelas próprias ações e reações. O que se faz, se paga. Ou se recebe. Ou se prossegue. Qual é a intensidade dos nossos amores? Qual o tamanho da mansidão do teu dia a dia? Continua deixando o calor para as datas marcadas na agenda?
"Fim de Festa" é quando a ilusão termina e a única coisa que nos resta é seguir. De cabeça baixa ou levantada. Arrastando as pernas ou não. Mas respirando. Que no fim das contas é o que temos de essencial. Renata Wolff vem à São Chico para uma Pizza Literária em junho. E em setembro integra um mesa de debates com outras escritoras, em Gramado. Dá tempo de voltar a respirar.
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