Abrir um álbum de fotografias e ver histórias de pessoas que não são da nossa família de sangue, mas são de nossa família humana. Assim sentimos a leitura destas linhas de Conceição. Escritora que faz refletir sem gritar. Que fala sobre separações de verdade. E alerta que não deveríamos ser separados por raças, cores e gêneros. Somos humanos. Esta é a conclusão que almas sensíveis chegam ao final da leitura de "Becos da Memória", da escritora Conceição Evaristo (editora Pallas - 2017).
Percorrer estes becos é se perder em lembranças reencontradas da escritora. Lembranças que percorrem vários momentos da história narrada por inúmeras vozes. Nada começou hoje. Nada começou ontem. A história é uma continuidade. É um sucessivo plantar e colher intenções e consequências.
É livro para ativar o "banzo" no peito e se perguntar onde acertamos e onde erramos. Não morei na favela. Subi o morro algumas vezes com olhar de curiosidade diante daquele mundo tão diferente na aparência, tão semelhante na alma repleta de provações. E o diferente é tão real, é tão vida! E por que não queremos a vida? Por que insistimos em fingir a vida? Vida não é o bem feito. Vida é o feito de bem, de coração. Talvez sem arremate. talvez sem tesouro dourado. Mas que ainda é bem viver. Só leia. Só sinta.
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