domingo, 12 de novembro de 2017

Guerreiros e literatura






O que acontece quando guerreiros celtas e literatura se encontram? O fantástico acontece. O lago São Bernardo (aqui em São Chico), no dia 11 de novembro, sábado, foi cenário de batalhas e de convivência entre o fantástico e o real. A Feira Medieval se integrou à 19° Feira do Livro de São Chico. A abertura foi por conta da banda marcial do distrito de Cazuza Ferreira (por favor, voltem com as bandas marciais em escolas e nos municípios!!! É lindo demais, vibrante!).

Enquanto a criançada corria entre os brinquedos infláveis, a oficina de arco e flecha, o escritor, editor e tradutor, César Alcázar, iniciava um bate papo sobre Literatura Fantástica. Admirador de Hemingway, Borges e Robert E. Howard, encontrou na literatura uma forma de exteriorizar seus devaneios aventurescos e sombrios. É o autor dos livros “Bazar Pulp – Histórias de Fantasia, Aventura e Horror” e “A Fúria do Cão Negro”, além de ter organizado a antologia “Crônicas de Espada e Magia”. Teve contos publicados em inglês pelas revistas Heroic Fantasy Quarterly e Swords and Sorcery Magazine. Também atua como editor (Argonautas Editora) e tradutor.


Cesar Alcázar
Cesar falou um pouco sobre seu trabalho como tradutor ("Traduzir é um trabalho artístico, é ter que remontar um texto, em outro idioma, preservando o estilo do escritor traduzido"), as crônicas de espada e magia que foram discriminadas no século XX e que estão sendo valorizadas agora, inclusive pela mídia. Inclusive, cabe lembrar que no século XX, a literatura foi dividida entre realista e fantástica (com as categorias ficção científica, horror e fantasia). Tratar sobre criaturas e deuses que convivem com humanos não era bem visto. Tratar sobre medos sobrenaturais não era bem vindo. A cultura purista da época não permitia o que não podia ser explicado com exatidão.



 Felizmente os tempos são outros e atualmente a diversidade PODE SIM fazer parte dos nossos dias. E o dia de sábado foi assim. Não interessa qual é o seu estilo, literário ou artístico. O importante é conhecer. O conhecimento nos possibilita o respeito.

Thamyres Olympio, na dança com fogo

Cão Negro em quadrinhos. Lidos e relidos neste domingo (ilustrações de Fred Rubim)

Fiz uma pequena participação na Feira do Livro, numa brincadeira sobre imaginação com as crianças
E o grande agradecimento ao Bando Celta, que reúne este universo fantástico. O Bando Celta começou com a possibilidade de vivenciar, no Brasil, a cultura de um conjunto de povos cujos primeiros registros datam do século VI a.C., os celtas, está mais próximo do que se imagina. Com instrumentos raros no país, específicos da arte dessas tribos (mandola, banjo, bodhran, gaita de foles, flautas, violão e violino), o Bando Celta desponta na região Sul desde 2013, quando iniciou em Porto Alegre de forma despretensiosa, em 17 de março, dia de Saint Patrick, padroeiro da Irlanda. Eles tocam, eles reúnem, eles agregam as pessoas em torno deste ideal de uma vida mais simples e com valores baseados na simplicidade, como a cultura celta.


No palco, Bando Celta

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