quinta-feira, 30 de abril de 2020

Um lugar para pertencer


"Preparado para um mergulho? Feche os olhos e vá. Não se perturbe pela cor das águas, nem pelas recordações. Apenas vá". Não foram bem estas palavras, mas foram quase estas que o escritor Eduardo Krause me disse, quando viu um exemplar de Sanga Menor, da autora Cíntia Lacroix (publicado pela editora Dublinense), aqui na Boutique Viale. Confesso que demorei a mergulhar. E agora, que encerrei esta leitura, me arrependi de não ter feito antes (primeiro recado dado: não me imite!).


Sanga Menor é uma história sobre pertencimentos, vidas vividas em sonhos e vidas morridas em realidade. Não é história para consumir como petisco. É leitura para devorar em bocadas irregulares, mas bem mastigadas. Porque a vida e bons textos são para mastigação lenta, trituração, apreciação, degustação. Não é comidinha pastosa para passar batida pela garganta.

Cíntia Lacroix é a autora de Sanga Menor, que foi finalista do Prêmio São Paulo de Literatura na categorias autor estreante em 2010
De pastoso o livro não tem nada. Nem Lírio, o personagem molenga, que tanto irrita no início da história. O moço menino de intestinos ressecados, de tão fechado que era para a vida. Cada personagem (Rosaura, tia Margô, Caetana, Gilberto, Valderez, Eliezer, Percival e outros) abraça uma ponta desta narrativa e todos se encontram no ponto chamado AMOR/ÓDIO à Sanga Menor. A Sanga, (no dicionário: córrego que seca com facilidade) nada mais é do que a travessia chamada vida. Ali todos se encontram, todos se reverenciam ou se enojam. Seja nas águas, seja nas cinzas. Seja num mero mergulho imaginativo.



Por que você, leitor/leitora, precisa ler Sanga Menor, a cidade em forma de ladeira, AGORA? Porque este isolamento social proporcionado pelo Covid 19 tem nos mostrado nossas humanidades e desumanidades. Estamos numa montanha russa de emoções, sombras e luzes. Para qual lado segue nossa miopia social? Para qual lado segue nosso coração surdo aos apelos alheios? O livro nos convida a reencontrarmos nossas histórias de parentes, nossos confortos e desconfortos de sobrenome familiar. Quantas vezes você mergulhou nas águas escuras da sanga da sua vida? Sequer sabe que ela existe? Nossos córregos correm silenciosos por entre as veias e memórias nossas. E o silêncio nem sempre é vivenciado. O silêncio é ocultado.


A Boutique de Pizzas e Livros Viale, aqui em São Francisco de Paula/RS, tem um exemplar de Sanga Menor para venda (R$ 29,00). O livro também pode ser comprado pelo site da editora Dublinense. O que não pode acontecer é deixar de ler estas 254 páginas de pura revelação, do que cabe no universo humano. Não existem efeitos especiais, nem aberrações literárias. Só existe vida, vida, vida!

quarta-feira, 29 de abril de 2020

E daí presidente?

O presidente Bolsonaro nunca irá ler este texto. O presidente Bolsonaro nunca saberá quem eu sou. Isto importa? Nem um pouco. Nos últimos quinze anos aprendi que ser pretenciosa, arrogante e descompromissada com o outro atraí sofrimentos. Aprendi que a curta frase "e daí?" denota indiferença total. O que esperamos do outro, seja ele presidente ou indigente? Esperamos reconhecimento. Cada vez que procuramos outra pessoa para uma resposta, um cumprimento, uma indagação, procuramos reconhecimento. Eu existo para você? Você me enxerga? Você me reconhece? Não se lamente presidente. Lamentos não irão mudar o rumo da história. O que muda a história são decisões.

Entre setembro e outubro de 2006, meu pai, o Ricardo Viale, estava internado no hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, com uma diverticulite grave. Entre tratamentos e cirurgias necessitou de transfusão de sangue. Não lembro quantas bolsas de sangue ele precisou. O hospital pediu a reposição destas. Lá estava eu com a minha irmã, Cíntia. Ela me chamou para ir ao banco de sangue do hospital. Eu caminhei ao lado dela, por aqueles corredores, em silêncio. Quando chegamos no local, a recepcionista entregou um formulário, com várias perguntas, para a Cíntia responder. Eu continuava em silêncio e ela lia. Rapidamente me disse o número de pessoas da família, que já tinham feito a reposição de sangue. Fiz a contagem e cheguei à conclusão de que a doação de sangue da minha irmã já seria um plus. Olhei para ela e falei:
- Já fizeram a reposição de todas as bolsas, pelo que tu tá me contando. 
Ela respondeu: - Sim.
E eu sem entender porque estava ali sentada ao seu lado, com um formulário gigante a responder, soltei a frase mais idiota da minha vida:
- Tá! E daí? Se já fizeram a reposição das bolsas, por que tu vai doar?
A Cíntia disse que mesmo assim queria doar sangue para o nosso pai. E doou. Fiquei esperando ela naquela sala, sua primeira doação. E eu mal sabia que cem dias depois a minha pergunta seria respondida com muita dor e muita verdade.

A falta de informação e a falta de vontade em querer aprender, ou a pretensão de se achar melhor que os outros, faz de nós máquinas de produção de mágoas. No início de outubro meu pai morreu e a vida seguiu com uma ferida aberta. Em janeiro de 2007, meu irmão, o Chico, se acidentou de carro e precisou de 40 bolsas de sangue na cirurgia de emergência. Em cem dias a fatídica frase "e daí?" me mostrou toda a  severidade da minha indiferença. Aquelas quarenta bolsas caíram como uma bomba no meu colo. Rasgando feridas abertas e me dando um soco na cara. Te mexe Patrícia! A indiferença não vai te proteger.

A falta de humanidade nunca foi perdoada. A resposta pode ser tardia. Podemos nos "achar" por momentos, mas a resposta vem. E quem desumaniza, desumanizado é. O ciclo só é rompido quando nossas atitudes se tornam reais, verdadeiras e amorosas. A indiferença é vencida com o amor. Sempre.

E daí, presidente? O senhor tem visto demonstrações de amor ao povo brasileiro diariamente. Não do senhor e dos seus, mas de pessoas que aprenderam e acreditam na força do amor. A sua resposta virá. 

#jornalistanaquarentena

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Quando a Peste se repete

Camus publicou "A Peste" em 1947. Tudo se passa numa cidade chamada Oran "uma cidade comum e não passa de uma prefeitura francesa na costa argelina (pg 07)". Um cidade feia, sem jardins, sem árvores. O que faz uma cidade querer ser viva se não tem a natureza, a própria vida? O livro inicia numa desoladora descrição da cidade e qualquer leitor bem percebe que este cenário árido terá consequências duras. Ainda na página 07 "nossos concidadãos trabalham muito, mas apenas para enriquecer". Opa!!!!! Estamos onde mesmo? Aí começa toda uma semelhança com que estamos vivendo em 2020. Não se preocupem , não irei escrever comentários sobre cada página. Não é esta a intenção do blog. Mas este grifo inicial precisava ser feito. Por que?

Para lembrarmos que a lei da ação e da reação existe tanto na literatura, quanto na vida real. Nada saí do nada. Tudo evoluí para um caminho que já foi traçado. Por cada um de nós. Se sou uma pessoa que não limpa o meu ambiente, posso esperar um ambiente limpo num piscar de olhos? Então, como as pessoas podem esperar uma cidade harmoniosa se nada fazem por isto? Se o único objetivo é enriquecer?

Estamos falando de que época mesmo? A Peste não é um livro que busca catequizar ou dizer onde estão os culpados, quem são as vítimas. O livro de Camus é simplesmente para ser lido e reconhecido, porque as coisas só existem quando são reconhecidas. Puxando rapidinho para este cenário de Pandemia do Covid 19, no Brasil, sobre a distribuição dos seiscentos reais para trabalhadores informais, o Governo Federal "acaba" de descobrir que existem cerca de 50 milhões de brasileiros "invisíveis". Entende a diferença de existir e ser reconhecido? Existir todos existimos. No nosso mundo individual. Mas reconhecimento é o que nos faz existir no contexto chamado sociedade. Aquele mundo onde reunimos indivíduos e nos reconhecemos como coletivo. Reconhecimento se faz com olhar direcionado ao outro.

A Peste não busca nada. A Peste só está ali, publicada e disponível em livro, para ser lida como uma história. História esta que pode ser real ou ficção, mas é história. E histórias nos mostram situações, fatos, sentimentos. Histórias se deixam ser apropriadas, abraçadas ou repelidas. As páginas desta leitura se aproximam dos meses de março e abril de 2020, no Brasil, no mundo. Será que Camus previu a pandemia do Covid? Não! Camus, na verdade, interpretou a alma humana. Um escritor observador sabe ler amores, gratidões. Assim como sabe enxergar ingratidões, intolerâncias e egoísmo. E estes são os elementos básicos do ser humano. Numa crise, como a atual, tudo se ressalta. Somente isto.

Talvez a pressão atual seja imensa e a leitura de A Peste não seja indicada neste momento, dirão alguns. Mas eu digo: se você tiver a oportunidade de ler AGORA este livro, LEIA. Não para entrar em pânico (até porque o autor não trabalha com esta característica: estimular o pânico!), mas para resgatar a sua alma neste super momento de crise. SEJA HUMANO AGORA! NÃO ESPERE UMA MORTE PRÓXIMA ACONTECER PARA SENTIR ALGO! E lembre-se de que na vida nada é definitivo ou concreto. PERMITA-SE VIVER COM ALEGRIA, NESTE EXATO MOMENTO, POR SOMENTE ESTAR VIVO.

*fique em casa, se puder. use máscaras, se precisar sair. cuide-se. ame-se. HOJE!
#jornalistanaquarentena






domingo, 19 de abril de 2020

Miniart International


Gente vamos falar sobre arte? Estou participando da The Miniart Project, idealizado pela artista brasileira Clara Pechansky. A Miniart é uma exposição de pequenos formatos, em técnicas diversas, com artistas do mundo todo. O tema desta edição será Verdade e a exposição será on line. Quem quer participar??? Estamos convidando artistas visuais e escritores, escritoras e poetas.
Porque a turma da escrita? Porque nesta edição teremos mini textos, de até cinco linhas.
COMO PARTICIPAR?
Crie uma obra em qualquer técnica, em formato quadrado, com o tema VERDADE, e envie a foto, em alta resolução, como anexo em JPG para clarapech@gmail.com.
MINIARTE VERDADE é agora virtual e gratuita.
As inscrições serão até 20 de junho. Tem dúvidas? Manda uma mensagem. Mas participa tá?

terça-feira, 14 de abril de 2020

Pano de prato


#jornalistanaquarentena

O feriado de Páscoa foi atípico. Além do isolamento social, que estamos respeitando aqui em casa, por causa da disseminação do Covid 19, um pedido de ajuda chegou pelo face. Oumar Sagna, senegalês, que mora aqui, em São Francisco de Paula, e vende panos de prato, na frente do supermercado Rissul, me pediu ajuda pelo facebook. Me sensibilizei e fui procura-lo. Levei comida. Uma amiga levou dinheiro para ajudar nas despesas, como aluguel, água, luz. Num insight intuitivo perguntei pelos panos de prato e trouxe 64 kits para tentar vender na Boutique Viale. Cada kit tem 5 panos de prato e é vendido por 10 reais. Com este dinheiro, o Oumar se sustenta e manda dinheiro para a família no Senegal.

Fotografei os panos e escrevi um pequeno texto pedindo um presente de aniversário (sim! 47 anos completados no dia 11 de abril). Postei nas minhas redes sociais. Em questão de três horas vendi os 64 kits, recebi mensagens de pessoas da Região das Hortênsias e Porto Alegre querendo ajudar o Oumar. Várias pessoas contribuíram com doação de dinheiro, cestas básicas, ovo de chocolate. E assim nosso amigo senegalês pode se tranquilizar um pouco. Presentão de aniversário que eu ganhei né?



Gente, meu aniversário é amanhã e eu quero pedir um presente: ajudar nosso amigo senegalês Oumar Sagna. O moço simpático, que vende seus panos de prato, na frente do Rissul, em São Chico, vive destas vendas na rua. Para ajudar ele trouxe os panos de prato para vender na Boutique (que está realizando suas vendas via redes sociais). São kits com cinco panos (10 reais o kit), brancos ou coloridos. Vamos ajudar?? 


Muita gente ajudou e continua ajudando. Na prática vejo que existem mais pessoas solidárias, do que pessoas indiferentes. Porém um comentário chegou aos meus ouvidos: de que eu me promovia com esta ajuda para me sobressair. Falaram até numa provável candidatura à vereadora. Oiiiiiiiiiii???????

Quem me conhece sabe que ajudar faz parte do meu DNA. Antes de iniciar a simpatia atual pela causa animal eu ajudava animais, brigava com carroceiros, roubava filhotes de cachorros, que seriam mortos. Nossa casa no Salto sempre teve muitos animais por conta deste trabalho, que na época eu encarava simplesmente como amor aos animais. Fui a primeira presidente da Ong Amigos de Rua, aqui em São Chico, em 2008, com a Maria Rita na barriga. Meu trabalho na Associação Chico Viale não é por promoção, mas por doação pura. Este trabalho foi motivado pela maior perda que tive até então: a morte do meu irmão. Na minha lucidez jamais trabalharia com sangue, pois morro de medo de agulha, sangue. Gostaria de ver as pessoas, que enchem a boca para me criticar, aguentar uma dor desta no peito e ainda trabalhar para salvar vidas!

O que descobri, sábado passado, com este comentário, é que pessoas que desacreditam da máxima "ajudar por ser bom ajudar", são pessoas fingidas e hipócritas. Se sujeitam a situações nojentas onde é preciso vender sua crença, seu ponto de vista para conseguirem favores e benefícios materiais. 

Não sou destas. Passo muito trabalho por ser independente (seja de pensamento, negócio), mas não me acovardo. Comentários, como este, podem me tirar o sorriso do rosto por alguns instantes, mas depois só me enchem de gana, de garra para batalhar pelo que eu acredito: um mundo melhor.

Os panos do Oumar continuam à venda aqui na Boutique Viale (até ele poder voltar a trabalhar). A Boutique Viale abre todas as tardes para a venda dos panos e dos meus produtos. Sim, anuncio os meus produtos porque não sou hipócrita! Vivo da venda das pizzas e dos livros e muito me orgulho da minha sinceridade. Desejo que Deus dê saúde e garra aos bons de coração, para arrancarmos as falsas máscaras de gentileza, que insistem em dias de pandemia mundial. 

Quando escrevo que juntos somos mais, é pura verdade. Somos uma corrente de mãos e corações desejando apenas o bem de todos. E nós vamos mudar este cenário juntos! Não desistam, não se entreguem e fiquem em casa. Juntos nos ajudamos!

segunda-feira, 6 de abril de 2020

Sobre despoluir a vida

#jornalistanaquarentena

Início de texto, mas já são 21 dias de isolamento, tentando escrever, rabiscando, rasgando, duas saídas para ir ao supermercado neste período e nada mais. Limpo a casa, varro o pátio, recolho os cocôs das cinco cachorras e um cachorro diariamente, acompanho as atividades escolares on line da minha filha, leio, vejo séries e filmes, ando de um lado para o outro, rezo, vou para as redes sociais e peço para ficarem em casa, faço comida, sujo louça, lavo louça, mando mensagens para amigos e familiares, subo e desço escadas, costuro bonecas, imagino abraços, lavo a roupa, choro, rio compulsivamente, danço, caminho na esteira... crise de ansiedade que não estou controlando com chá de camomila, cidró, cidreira. Crise que está saindo pelos poros, porque já existe há tempos e agora sentiu que é momento de limpeza. Limpe-se mulher desta poluição sentimental e humana! Então, que venha a limpeza!

Boutique Viale e as glicínias floridas


São tempos de poluição de todo tipo. Na cabeça, no corpo, no coração. Poluição que afeta as palavras e nos faz vomitar besteiras, fake news e mágoas. Todo dia me prometo um texto, um novo sabor de pizza, um novo projeto, um novo recomeçar. Nunca alcanço o OK total na lista. Sempre falta alguma coisa. e nesta constatação, do final do dia, uma crise de falta de ar me invade. Somatização do fio de cabelo até a unha do pé. Doí tudo, caleja a alma. Como iremos passar por este período? O que sobrará de nós? O MELHOR!

Lago São Bernardo, São Francisco de Paula/RS

Despoluídos de tantas manias, obsessões, paranoias seremos seres humanos cheios de ar verdadeiro. Respiraremos melhor, conversaremos com mais harmonia, viveremos mais equilibrados. Eu acredito nisto. E torço para que o isolamento social, atualmente proposto no mundo todo, para controlar a disseminação do Covid-19, dê certo, seja sucesso. E nada mais. Não quero o mal de quem está saindo do isolamento. Não praguejo o presidente. Só desejo o melhor para todos. Pessoas com a consciência tranquila são pessoas reais. Eu acredito e acreditar é um bom caminho andado. Fim de texto.

Em tempo:

Dia 07 de abril é dia do jornalista, aquele ser que trabalha pela informação. Conhece? Prazer, faço parte da classe. Não trabalho em grandes veículos de comunicação, uso minhas próprias redes sociais e faço muitas parcerias com colegas da profissão. Parabéns jornalistas, grande guerreiros do dia a dia!!! E você sabe por que a data é comemorada no dia 07 de abril?

"Foi nessa data que o imperador Dom Pedro I abdicou do trono brasileiro, em 1831. Mas o que a renúncia de um líder de um país tem a ver com nossa profissão?

É porque 100 anos depois do primeiro imperador brasileiro deixar seu cargo, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) escolheu a data para prestar uma homenagem ao jornalista e médico Giovanni Battista Líbero Badaró, um dos principais oposicionistas de Dom Pedro.

Badaró foi morto a tiros por inimigos políticos no dia 22 de novembro de 1830. O crime ocorreu na rua de sua casa, a antiga Nova São Jose (foto abaixo), onde hoje fica a rua Líbero Badaró, na região central da cidade de São Paulo. O jornalista era proprietário do "Observador Constitucional", veículo que defendia ideias liberais e se opunha ao reinado de Pedro I. Instantes antes de sua morte, o jornalista disse: "morre um liberal, mas não morre a liberdade". (fonte: 
http://portalimprensa.com.br/)

Em mais tempo, sobre tempos e lugares poluídos pela raça humana que estão se refazendo:

"Cascata dos Narcisos: água transparente e sem cheiro
Fora do circuito das atrações turísticas de Gramado há pelo menos três décadas, por estar poluída, a Cascata dos Narcisos voltou a ficar com a água límpida e sem o odor que a caracterizava, mesmo com um volume de água bem menor em decorrência da seca. O fenômeno não ocorreu pela construção de alguma estação de tratamento, mas, sim, pela queda na atividade econômica de Gramado. Com hotéis e restaurantes fechados, sem turistas, o arroio Piratini passou a ficar mais limpo e sem cheiro, conforme comentou um morador do bairro Piratini, em entrevista ao Jornal de Gramado, sexta-feira (3).
"Em dezembro e janeiro, que também estava com o clima seco, a gente tinha que fechar a casa porque o cheiro era insuportável. Agora, nós continuamos com a seca e com pouco volume de água, mas não tem cheiro. É uma coisa que venho acompanhando há tempos. Fiquei tão feliz quando vi a água transparente", relatou Waldir Wille." (fonte: coluna Miron Neto - Gramado Passado a Limpo)

Por que me tornei uma colagista

Em 2001 fiz um auto exílio na Suíça, em função de um casamento. Jornalista no Brasil, lá me descobri uma analfabeta. Além de precisar apre...